Depois de dois anos sem Carnaval por causa da pandemia, a retomada das festas precisa de cautela. O consumo de álcool, especialmente quando misturado a bebidas energéticas traz consequências para a saúde. O alerta é do Dr. Pedro Barros, coordenador médico SoE Cardiologia Americas. Durante o isolamento, a maioria das pessoas ficaram sedentárias e não realizaram exames de rotina, o que, de acordo com o especialista, pode aumentar os riscos de problemas cardíacos como arritmia e até infarto do miocárdio.

De acordo com dados da Sociedade de Cardiologia, em todo o Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas apresentam alguma doença cardiovascular. São Paulo lidera o ranking de estados com maior número de óbitos – creca de 60 mil por ano.

Daniel Setta, coordenador da Linha de Cuidado de Infarto Aguado do Miocárdio (IAM) do Hospital Pró-Cardíaco, da rede Americas aponta, ainda, que algumas pessoas podem ser portadoras de problemas cardíacos silenciosos, ainda não diagnosticados, estando sob maior risco desses eventos indesejáveis.   Indivíduos com mais de 35 anos, com fatores de risco para doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo ou tabagismo, apresentam risco ainda mais elevado.  

“Uma latinha contém, em média, 70mg de cafeína, o que equivale entre três e quatro xícaras de café. Associada a outros componentes das bebidas, levam a liberação de adrenalina e noradrenalina, que propiciam o aumento não só da frequência cardíaca e da pressão arterial, como também podem causar espasmo dos vasos sanguíneos do coração, resultando em um infarto agudo do miocárdio”, explica o médico.   

 A combinação do energético com álcool é comum pois a cafeína a máscara e reduze a percepção da embriaguez. Entretanto, a bebida energética apenas diminui a sensação de sonolência causada pelo álcool, mas não seus efeitos, inclusive, o efeito diurético de ambas pode levar mais facilmente à desidratação. Dessa forma, o álcool em exagero pode levar a diversos problemas e, quando misturado a energéticos e outras substâncias, seus riscos são potencializados, inclusive das complicações cardíacas.